Desafios Financeiros Pós-Pandemia: Águas Turbulentas da Economia Brasileira

 


Olá Leitores,


Hoje gostaria de trazer uma reflexão sobre o momento pós-pandêmico que as empresas estão passando e as causas para seus caixas.

O cenário econômico pós-pandemia trouxe consigo uma série de desafios financeiros para as empresas brasileiras. Navegar por essas águas turbulentas exige astúcia e estratégia e uma pitada de criatividade, especialmente diante do aumento da crescente inadimplência, das taxas de juros, do índice de recuperação judicial, da escassez de crédito e da instabilidade econômica. Vamos explorar esses desafios e, mais importante, discutir medidas proativas que as empresas podem adotar para evitar os riscos associados.


1. A Sombra da Inadimplência pairando:

A inadimplência tornou-se uma sombra persistente para muitas empresas brasileiras. A incerteza econômica pós-pandemia contribuiu para um aumento nesse cenário. Estratégias proativas, como análise rigorosa de crédito e monitoramento constante, são cruciais para evitar o peso da inadimplência.

Segundo Serasa, dados de Set/23, quase 45% da população adulta brasileira encontra-se endividada. Os segmentos com maiores percentuais de dívidas são com cartões de crédito e contas de água, luz e gás.

                            Fonte: Serasa

2. O Desafio das Taxas de Juros em Ascensão:

Com as taxas de juros em ascensão a partir de março/2021, o custo do capital tornou-se uma preocupação significativa. Foi uma subida por 12 meses consecutivos, chegando em agosto ao patamar de 13,75%. As consequências foram: menos crédito, menos consumo e menos emprego. Em um cenário adverso, as Empresas devem revisar suas estruturas financeiras, revisar seus planos de negócios (se couber), considerar alternativas de financiamento e, quando possível, renegociar contratos para mitigar o impacto das taxas crescentes.

3. A Realidade do Índice de Recuperação Judicial:

O índice de recuperação judicial tem sido um termômetro das dificuldades enfrentadas por empresas. O aumento desse índice reflete a busca por soluções em meio a um ambiente econômico desafiador.

Segundo a Serasa Experian, o número de pedidos de recuperação judicial no Brasil cresceu 55,8% nos sete primeiros meses de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022. A maioria dos pedidos foram de micro e pequenas empresas.

4. A Escassez de Crédito:

A escassez de crédito é uma realidade que muitas empresas enfrentam. Durante o período pandêmico, houve uma elevação do crédito, seja por medidas governamentais com aumento das linhas do PRONAMPE, seja pela renovação de linhas com troco e até carência nos empréstimos. Ocorre que a elevação das taxas de juros trouxeram um desafio para as empresas no pós-pandemia, que foi a escassez. Explorar alternativas, como parcerias estratégicas, financiamento coletivo e programas de incentivo governamental, pode ser crucial para manter a saúde financeira.



5. A Dança da Instabilidade Econômica:

A econômica em qualquer lugar do mundo é cíclica. Não existe períodos de bonança constante, muito menos de recessão. Com uma economia globalizada, hoje a interferência externa é muito grande. Exemplos são as crises na Ucrânia, potencial recessão nos EUA e por aí vai.

É como uma dança imprevisível, impactando setores de maneiras diversas. As Empresas devem estar preparadas para ajustar suas estratégias à medida que o cenário evolui, mantendo um olhar atento às mudanças nas políticas governamentais e no ambiente de negócios.


O Caminho para Evitar os Riscos:


a. Planejamento Financeiro Rigoroso:

Desenvolver e manter um planejamento financeiro rigoroso é essencial. Isso inclui projeções de fluxo de caixa, análise de custos e a definição de metas financeiras claras.

b. Diversificação de Fontes de Receita:

Diversificar as fontes de receita é uma estratégia eficaz para reduzir a dependência de um único mercado ou produto. Isso oferece uma rede de segurança em tempos de turbulência econômica.

c. Negociação Pró-ativa:

Antecipar-se aos desafios é crucial. Empresas devem buscar negociações proativas com fornecedores, parceiros e instituições financeiras para garantir condições mais favoráveis.

d. Investimento em Tecnologia:

A automação e a tecnologia podem aumentar a eficiência operacional, reduzir custos e melhorar a tomada de decisões. Investir em tecnologia é um passo estratégico importante para enfrentar os desafios econômicos.

Conclusão:

Enquanto as empresas brasileiras enfrentam os desafios financeiros pós-pandemia, a chave para a resiliência está na antecipação e na ação proativa. Adotar estratégias sólidas de gestão financeira, diversificação e investimento em tecnologia são passos fundamentais, além de uma pitada de criatividade.

Abraços

André Furtado
Especialista em Finanças e Negócios - CNPI

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