PGBL ou VGBL: Qual a melhor opção?
Olá Leitores,
Investir no futuro é uma decisão
sábia, e no cenário financeiro brasileiro, dois tipos de planos de previdência
privada, PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de
Benefício Livre), ganham destaque. Se você está pensando em planejar seu futuro,
ou já iniciou, mas ainda tem dúvidas sobre o que quer dizer cada uma dessas
siglas, vamos explorar em detalhes as nuances desses planos, desde diferenças
tributárias até questões de sucessão.
Como funciona uma previdência
privada?
Inicialmente, é importante
entender o que é e para que serve a previdência privada.
A previdência privada é um
sistema de aposentadoria particular, que começou a ganhar destaque após a
Reforma Previdenciária de 2019. Ela não funciona de maneira muito diferente da
previdência pública - INSS, sob a ótica de acumulação e benefício, apesar de
cada uma possuir suas particularidades.
PGBL e VGBL: Entendendo as Bases
PGBL (Plano Gerador de Benefício
Livre):
O PGBL é indicado para quem
declara o Imposto de Renda no modelo completo. Ele permite deduzir as
contribuições ao plano no momento da declaração de ajuste anual, até o limite
de 12% da renda bruta tributável. É importante também que seja contribuinte do
INSS. Mais abaixo vou explicar melhor as diferenças tributárias.
VGBL (Vida Gerador de Benefício
Livre):
Já o VGBL é mais adequado para
quem utiliza o modelo simplificado de declaração de Imposto de Renda ou para
quem já atingiu o limite de dedução do PGBL. As contribuições não são
dedutíveis no momento do aporte, mas a tributação incide apenas sobre os rendimentos
na hora do resgate.
Diferenças Tributárias:
PGBL:
Tributação no Resgate: No PGBL, a
tributação incide sobre o montante total (contribuições + rendimentos) no
momento do resgate.
Desconto no IR: As contribuições ao PGBL podem ser deduzidas do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda tributável. Na prática, significa que se você teve um rendimento anual bruto de R$50mil, poderá abater até R$6mil no IRPF.
Regime Progressivo: A tributação
segue as alíquotas do Imposto de Renda, que variam de acordo com o valor
resgatado.
VGBL:
Tributação Apenas sobre
Rendimentos: No VGBL, a tributação ocorre apenas sobre os rendimentos, não
incidindo sobre o valor total investido.
Não Dedutível no IR: As
contribuições ao VGBL não são dedutíveis do Imposto de Renda no momento do
aporte.
Tabela progressiva ou regressiva?
A tabela progressiva do PGBL/VGBL
segue a lógica de tributação dos salários, aumentando proporcionalmente ao
valor do benefício. Já na tabela regressiva do PGBL/VGBL, a tributação diminui
conforme o tempo de investimento, com alíquotas que vão de 35% no início a 10%
após mais de dez anos. Embora a alíquota máxima seja superior à de salários e
fundos comuns, a mínima é inferior. A tabela regressiva incentiva investimentos
de longo prazo, penalizando resgates em menos de quatro anos e beneficiando
quem mantém os recursos por mais de uma década.
Benefícios e Sucessão:
Benefícios Gerais:
Planejamento Financeiro: Ambos os
planos oferecem uma opção sólida para o planejamento financeiro de longo prazo.
Proteção Patrimonial: Apesar de
os fundos de previdência não terem a garantia do FGC, são fiscalizados pela Superintendência
de Seguros Privados (SUSEP). Além disso, todo fundo de previdência possui um
CNPJ próprio e estão apartados do patrimônio das seguradoras. Na prática, o maior
risco está na escolha de quem irá gerir esses recursos e em que fundos de
investimento seu dinheiro será aplicado. Lembre-se que fundos multimercado e
fundos de ações possuem mais risco.
Flexibilidade de Resgate ou Portabilidade:
Durante o período de acumulação é possível solicitar o resgate ou a
portabilidade parcial ou total dos recursos acumulados, desde que respeitados
os prazos de carência de previstos no regulamento dos planos. A maioria dos
planos permite resgates parciais ou totais, oferecendo flexibilidade ao
investidor.
Sucessão:
Sabemos que geralmente, um
processo de transmissão de herança pode ser demorado ou traumático,
principalmente se não houver consenso entre os herdeiros. Além do desgaste, a
abertura de inventário custa caro e algumas famílias têm usado a Holding
Familiar como alternativa para bens imóveis ou a previdência para a sucessão patrimonial.
Indicação de Beneficiários: Ambos
os planos permitem a indicação de beneficiários, simplificando o processo de
sucessão.
Flexibilidade na divisão: Na
contratação dos planos, o titular indica o percentual a ser destinado a cada
beneficiário em caso de falecimento. Percentual este que pode ser alterado.
Evita Inventário: A designação de
beneficiários evita que os recursos do plano entrem no inventário, facilitando
a sucessão.
Liquidez: No falecimento do
titular, os beneficiários recebem os recursos num período bastante curto.
Conclusão: Escolhendo Sabiamente
para o Futuro
Escolher entre PGBL e VGBL requer
uma compreensão profunda das próprias circunstâncias financeiras e objetivos de
vida. Seja buscando benefícios fiscais imediatos com o PGBL ou optando pela
tributação diferida do VGBL, a escolha impactará significativamente o futuro
financeiro.
Antes de decidir, é aconselhável
consultar um profissional financeiro para avaliar a melhor estratégia de acordo
com o perfil e metas individuais. Investir no futuro pode parecer complexo, mas
no futuro verá que é compensador.
Caso queira se aprofundar mais no
tema, temos um e-book sobre aposentadoria, cujo link está disponível aqui no
Blog.
Boa leitura e até a próxima
André Furtado
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